Instruções e conselhos para a jovem noiva Sobre como se conduzir e proceder nas relações íntimas e pessoais inerentes ao casamento, para uma maior santidade espiritual que deve acompanhar este abençoado sacramento, e para a glória de Deus. Para a jovem e sensível moça que alcançou o privilégio de crescer e chegar ao casamento, devemos dizer que este dia é, ironicamente o mais feliz e também o mais aterrorizante de sua vida. Do lado positivo, há o casamento propriamente dito, no qual a noiva é o centro das atenções de uma cerimônia bonita e comovente, cerimônia esta que simboliza o seu triunfo em lhe assegurar um homem que lhe proverá todas as suas necessidades pelo resto de sua vida natural. Do lado negativo, está a noite de núpcias, durante a qual a noiva deve “pagar para ver”, vulgarmente falando, ao se defrontar, pela primeira vez, com a terrível experiência do sexo. Nesse ponto, cara leitora, deixe-me revelar uma verdade chocante. Algumas jovens, na realidade, aguardam a noite de núpcias com um misto de curiosidade e prazer! Cuidado com tal atitude! Um marido egoísta e sensual pode facilmente tirar vantagem de tal noiva. Nunca se esqueça de uma regra capital, para qualquer casamento: dê pouco, raramente, e sempre de má vontade: do contrário, o que tem tudo para ser um casamento feliz pode transformar-se numa orgia dos sentidos. Por outro lado, o temor da noiva não deve ser extremo, porquanto o sexo, que, na melhor das hipóteses, é algo bastante doloroso, deve ser cultivado, e o tem sido pela mulher desde o início dos tempos, e é recompensado pela união monogâmica e pelos filhos. A maioria dos homens, se não lhes for negado, desejam fazer sexo quase todos os dias. A noiva sábia deverá permitir um máximo de duas rápidas relações sexuais por semana durante os primeiros meses do casamento. À medida que o tempo passar, ela deve envidar esforços para reduzir tal freqüência. Doenças simuladas, insônia e dores de cabeça são os melhores aliados de uma esposa quanto a isso. Argumentos, apoquentações, repreensões e questionamentos também são muito eficazes, se usados tarde da noite, cerca de uma hora antes de o marido normalmente começar sua sedução. As esposas inteligentes devem estar sempre alerta e cientes de novas e melhores maneiras de negar e desencorajar as aproximações amorosas de seus maridos. Uma boa esposa deve reduzir as relações sexuais ao mínimo. O ideal é uma só por semana ao fim do primeiro ano de casamento e uma por mês ao fim do quinto ano. Ao redor do décimo ano de casamento, muitas mulheres já completaram a sua prole e atingiram o objetivo final de terminar todo e qualquer contato com seus maridos. Nessa época, ela deve fazer do seu amor pelos filhos e das pressões sociais elementos eficazes que mantenham o marido em casa. Como já mencionamos anteriormente, a mulher, além de se manter alerta quanto a ter o mínimo de relações sexuais possíveis, deve também prestar muito atenção em limitar a espécie e a qualidade das relações sexuais.(..) A mulher inteligente terá por objetivo nunca deixar que o marido a veja despida, nem que este se apresente despido. Praticar sexo, quando este não puder ser evitado, só em total escuridão. Muitas mulheres acham muito útil usar uma pesada e grossa camisola de algodão e providenciar pijamas para o marido, e não tirá-lo durante o ato sexual. Assim, um mínimo de corpo ficará exposto. Uma vez que a noiva tenha colocado a sua camisola e apagado todas as luzes, ela deve deitar-se quieta e placidamente ao longo da cama e esperar pelo noivo. Não deve fazer qualquer ruído que possa, na escuridão, orientá-lo em sua direção; caso contrário, ele poderá interpretar isso como um sinal de encorajamento. Ela deve deixá-lo andar às apalpadelas no escuro. Existe sempre a esperança de que ele venha a tropeçar e sofrer alguma lesão, que, por mais leve que seja, possa vir a ser usada como desculpa para negar qualquer contato sexual. Quando ele a encontrar, ela deve permanecer tão imóvel quanto possível. Qualquer movimento de sua parte pode ser interpretado como excitação sexual. Se ele tentar beijá-la nos lábios, ela deve virar ligeiramente a cabeça de modo que o beijo alcance inocentemente as suas bochechas. Se ele tentar beijar-lhe as mãos, ela deve mantê-las com os punhos fechados. Se ele levantar a sua camisola e tentar beijá-la em qualquer outra parte do corpo, ela deve, imediatamente, puxar para baixo a sua camisola, pular da cama e anunciar que a mãe natureza a chama ao banheiro. Isso, geralmente, amortecerá o desejo dele de beijá-la em territórios proibidos. Se o marido tentar seduzi-la com conversas lascivas, a esposa inteligente repentinamente lembrar-se-á de perguntar-lhe alguma coisa trivial e não sexual. Uma vez obtida a resposta ela deve prosseguir a conversação, não importando quão frívola ela possa parecer na ocasião. (...) Ela deverá permanecer absolutamente calada ou falar sobre seus afazeres domésticos, enquanto ele realiza as manobras que o ato sexual requer(...) Tão logo o marido complete o ato sexual, a mulher inteligente deverá começar a aborrecê-lo com conversas sobre tarefas que ela quer que ele realize no dia seguinte. Muitos homens obtêm a maior parte de sua satisfação após a pacífica exaustão que se segue ao ato. Sendo assim, a mulher inteligente deve assegurar-se de que ele não tenha paz nesse período, pois, do contrário, ele logo se achará tentado a querer um pouco mais. (...) ©Copyright Texto traduzido por Walter Cardoso Franco, publicado em Excerpta Feminina, Rio de Janeiro - Texto impresso pela Gráfica Orientação Espiritual da cidade de Nova York e publicado no ano de 1894. Escrito por Ruth Smythers, esposa de um pastor da Igreja Metodista Arcadiana da Congregação Regional Leste, Reverendo L. D. Smythers - Segundo o Bernardo. ZAMORIM :: Textos :: http://zamorim.com/textos/jovemnoiva.html |