Invasão dos Sem-Teto
Desde a eleição desses que aí estão, no comando do GDF, as invasões
de terra em Brasília voltaram com força total. O cara falou tanto
que aqui ninguém ficaria sem lote, que o feitiço virou contra o
feiticeiro. Eles não sabem o que fazer com tanta gente querendo lote.
Na frente das câmeras posam de corretos, dizendo que os invasores
não receberão, que esses ou aqueles não terão direito, por isso ou
por aquilo. Mas aí, o cara vai lá na invasão, sobe no caixotinho, chora
pra caramba e diz que enquanto ele governar, ninguém ficará desamparado
nessa terra. Que homem bom, não?!?!?
O fato é que Brasília volta a inchar e a gente sente isso no aumento
da violência, no aumento de pedintes nas ruas e no aumento daqueles
insuportáveis "tomadores de conta" dos carros. A última das invasões
noticiada em
matéria do Correio Braziliense, é na Ceilândia. Os invasores,
sempre comandados por um espertalhão oportunista dizem:
"Aqui todos nós votamos nele. Se Roriz não nos atender, serão
pelo menos cinco mil pessoas contra ele."
Putz! Eles pisam mesmo na ferida. Isso é tudo o que esse governo não
suporta. Perder votos. Enquanto isso, os moradores e comerciantes
antigos, vão sentindo a pressão:
"Eles acabaram com a praça. Soube que ali tem gente até de Goiânia"
Pois é, isso já ocorreu nas gestões anteriores dessas figuras e
está ocorrendo de novo. Pessoas que moram aqui, ligam para parentes
de todos os cantos, para que venham também tentar um lote. Muitos
deles, quando conseguem seu lote, o vendem e vão invadir uma outra
terra.
A secretária da Habitação, Ivelise Longhi, descartou qualquer
possibilidade de atender às reivindicações dos ocupantes da
praça. "O governo tem uma política habitacional definida.
Estabelecemos critérios e eles devem ser seguidos", disse,
referindo-se ao protesto.
É, uma política habitacional muito bem definida. Nós estamos vendo,
dona Ivelise. Nós estamos vendo a sua organização desde o primeiro
dia de governo.
Toda essa história de doação de lotes seria muito bonita, se fosse
feita com consciência. Se fossem privilegiadas realmente apenas
famílias que já morassem aqui, há algum tempo. Se fossem realmente
punidos com a cadeia os grileiros, especuladores, que encontraram
nessa política de doação um negócio. E, principalmente, se houvesse
uma política eficiente para, paralelamente, garantir uma renda para
essas famílias.