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Projeto do Park Way sai da pauta
Moradores ganham batalha e governo decide adiar
a votação, mas proposta vai a debate público na
quinta-feira"
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A mobilização de moradores do Setor de
Mansões Park Way teve a sua segunda grande
vitória contra o Governo do Distrito Federal, na
defesa das áreas verdes onde seriam criados 200
lotes habitacionais sobre nascentes e áreas de
preservação ambiental. Depois de terem
convencido os deputados distritais a não votar o
projeto do novo parcelamento no final do ano passado,
conseguiram fazer o governador Joaquim Roriz determinar
a retirada da matéria da pauta de votação."
Matéria do
Correio Braziliense, no dia 15/02/2000
Estão vendo? Quando a sociedade se mobiliza e faz pressão,
o governo acaba ouvindo. O GDF estava querendo lotear
uma área verde do Park Way (bairro nobre de Brasília), sem
nenhum estudo de impacto ambiental. Como se já não bastassem
todas as invasões que, direta ou indiretamente, estão
aparecendo e aumentando, incentivadas pela política
habitacional do atual governo.
A área no Park Way abriga nascentes da bacia que abastece o
lago paranoá e o loteamento poderia trazer grandes prejuízos
para Brasília. Além disso, os moradores do Park Way estão
indignados, porque um loteamento como o que estavam querendo
fazer iria diminuir enormemente a qualidade de vida deles.
Ponto para o povo brasiliense. Agora, só algumas perguntinhas:
- Por quê a sociedade não se mobiliza também para defender
a cidade e o país, de uma forma mais ampla?
- Por quê a gente só grita quando os problemas nos atingem
diretamente?
- Será que esses mesmos moradores teriam se mobilizado com
tanta força, apenas pela questão ambiental do loteamento?
E mais:
- Por quê a altura do grito é diretamente porporcional ao
poder aquisitivo? Será que o governo teria voltado atrás,
se este fato estivesse acontecendo em um bairro mais pobre?
Gente, um povo que não grita, que não reclama, que não exige,
não consegue nada, não. Fica como nós estamos. A mercê de um
congresso que não espelha os interesses do povo. Que não
está nem aí para os rumos que o país vai tomar. Eu sei que
tem muita gente no governo querendo trabalhar sério, mas
ainda é muito difícil combater um voto impensado ou vendido.